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terça-feira, 4 de maio de 2010

PROTOCOLO DE QUIOTO PODE ENTRAR EM COLAPSO , DIZ YVO DE BOER

Autor: Alister Doyle - Fonte: AGÊNCIA Reuters


Os governos precisam confrontar os riscos de colapso do Protocolo de Quioto devido às divergências sobre um sucessor do tratado, disse nesta segunda-feira Yvo de Boer, principal oficial climático da ONU.

De Boer também comentou que as negociações dos 194 países em 2010 devem meramente dar a base para um novo pacto juridicamente compulsório para reduzir o aquecimento global após fracasso do encontro da ONU em Copenhague.

Discursando para 45 ministros de Meio Ambiente em um encontro informal no começo de maio em Petersburgo (Alemanha), ele ressaltou que o destino de Quioto após o término do primeiro período de compromisso em 31 de dezembro de 2012, está “na mente de todos, mas infelizmente, nos lábios de ninguém”.

“Como ministros, é sua responsabilidade política pegar este tópico espinhoso pelos chifres”, disse de Boer, alertando que os apoiadores de Quioto podem se tornar relutantes em estabelecer metas além de 2012 “e por sua vez, isto significará o fim do Protocolo de Quioto”.

De Boer, chefe do secretariado de mudanças climáticas da ONU, disse que parecia “altamente improvável” que os apoiadores de Quioto concordassem com novos cortes além de 2012 que fossem compulsórios segundo a legislação internacional, se os Estados Unidos tivessem apenas metas nas leis domésticas.

Até agora, mesmo a legislação nacional norte-americana para limitar as emissões até 2020 está estagnada no Senado.

Impasse

Os países em desenvolvimento querem que os industrializados assinem uma extensão de Quioto antes de concordarem em limitar o crescimento das suas emissões sob um acordo separado. A maior parte dos apoiadores de Quioto quer um único tratado com metas para pobres e ricos.

“Um número significativo de países está dizendo que talvez Cancun possa dar a base. Cancun pode adotar uma série de decisões que podem tornar operacionais as ações climáticas, mas isto se transformar em um texto de tratado levaria mais tempo”, comentou.

As discussões de Cancun podem decidir sobre, por exemplo, o destravamento da ajuda às nações em desenvolvimento para adaptação aos impactos das mudanças climáticas, para promoção de novas tecnologias verdes ou para lançar um esquema para proteção das florestas tropicais.

Um documento preparado no encontro de Petersburgo, cujos anfitriões eram Alemanha e México, disse que havia um impasse relacionado aos recursos financeiros. Os países em desenvolvimento querem dinheiro adiantado para auxiliar na questão das mudanças climáticas enquanto os ricos insistem que os pobres têm que começar a agir antes.

“As negociações de financiamento parecem ter sido pegas pelo circulo vicioso ‘sem dinheiro, não tem ação – sem ação, não tem dinheiro”, disse o documento.

Traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil

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